- Área: 15 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Pedro Vannucchi
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Fabricantes: Brasilit, Cebrace, Estrutel Estruturas Metálicas, Isover, Placo, San Glass, Weber
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto se caracteriza pela exploração das possibilidades arquitetônicas do sistema construtivo em steel-framing aparente em edifícios de grande porte e pelo uso intensivo das condições naturais do sítio, localizado no polo industrial criado em função da construção do anel rodoviário metropolitano do rio de janeiro. Além disso, houve a recomposição paisagística que criou uma área de preservação e outra de reflorestamento, um lugar de convivência dos funcionários.
A edificação principal é configurada pelo conjunto de sheds longitudinais, definido pelo processo de produção, com gabarito alternado de maneira a oferecer ampla ventilação e iluminação naturais. Tal situação, além de representar redução no consumo energético, vem de encontro às necessidades da fábrica, especializado na produção de telhas e de chapas planas em fibro-cimento, material fundamental do sistema construtivo empregado. Por esta condição primordial, a arquitetura proposta é uma auto referência às funções desempenhadas pelo conjunto edificado.
A arquitetura assume, dessa forma, a condição de protagonista em relação ao conhecimento e a evolução do sistema construtivo, não se limitando apenas ao papel de fechamento, pelo contrário, é a própria materialização da expressão estética edificada. Dessa forma, cumpre o papel de comunicar, demonstrar e, principalmente desenvolver soluções e inovações de uso, baseadas no potencial dos materiais produzidos.
Assim, estrutura metálica e fechamento estão claramente marcados em todas suas as fachadas, e ainda valorizados pelo fechamento em vidro, que destaca a transição, permitindo recuperar o módulo construtivo.
O sistema de sheds longitudinais é constituído por diversos “prismas”, cada um desempenhando uma função específica do processo produtivo. O shed central, mais alto, possui fechamento em venezianas translúcidas, permitindo o cruzamento da ventilação e da iluminação naturais, mecanismo favorável ao desempenho do processo.
O prisma da fachada sul, pela orientação favorável, permite a captação do ar fresco ao longo de toda sua extensão, é o resultado do jogo gráfico entre a estrutura, os módulos das placas, as venezianas produzidas com a própria chapa, o vidro e a base em concreto.
Situação oposta ocorre na área de secagem do produto, próximo ao prisma da fachada norte, totalmente fechada, sendo mantida apenas a linha superior em venezianas translúcidas, que dão vazão ao ar quente.
As duas fachadas transversais, frontal e posterior, são o resultado da dinâmica propiciada pela solução descrita acima, ou seja, apresentam a composição volumétrica entre os prismas, complementadas pelos detalhes de abertura dos acessos, sempre resolvidos com o mesmo sistema construtivo.